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Crucilândia fica à frente de Itaguara em índice que mede eficiência da gestão pública


A cidade de Oliveira foi considerada a cidade mais eficiente da região e uma das mais eficientes de Minas Gerais. Foto: Prefeitura de Oliveira/Divulgação

Após superar Itaguara no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o principal indicador da qualidade da educação no país, Crucilândia superou Itaguara em mais um índice, desta vez o REM-F, uma ferramenta que analisou a eficiência da gestão pública em todos os municípios brasileiros. Na região, a cidade de Oliveira se destacou como a mais eficiente.


O Ranking de Eficiência dos Municípios (REM-F), divulgado neste mês pela Folha de São Paulo, trouxe novas análises sobre a gestão pública nas cidades brasileiras. O índice, que varia de 0 a 1, mede a capacidade dos municípios em oferecer serviços básicos de forma eficiente, considerando a receita disponível e a cobertura de políticas públicas essenciais, como a educação, a saúde e o saneamento.


Entendendo o Índice REM-F


O REM-F é uma métrica que avalia a eficiência dos municípios na gestão de suas responsabilidades básicas. O índice varia de 0 a 1, sendo que 1 representa a máxima eficiência possível na utilização dos recursos públicos. A pontuação é obtida combinando indicadores de educação, saúde, saneamento e finanças, ponderados conforme a relevância de cada área, como as obrigações constitucionais de investimento em educação (25% das receitas) e saúde (15% das receitas).


O principal valor desse índice está em mostrar a qualidade dos serviços prestado de um lado e a eficiência no uso dos recursos públicos de outro. É uma métrica que visa identificar quais municípios conseguem "fazer mais com menos", o que tem uma implicação direta na qualidade de vida da população.


Análise do Cenário Regional


A região destaca-se por contar com municípios que, mesmo com orçamentos limitados, têm conseguido avanços importantes na gestão pública, como é o caso de Oliveira, Carmo do Cajuru e Cláudio. No entanto, também há uma disparidade clara entre cidades que, apesar de possuírem orçamentos mais robustos, ainda enfrentam dificuldades em transformar esses recursos em eficiência administrativa, como é o caso de Itatiaiuçu e Piracema.


Oliveira: A Melhor da Região e Entre as 100 Mais Eficientes do Brasil


Com uma pontuação de 0,642, Oliveira lidera o ranking regional e ocupa o 99º lugar no cenário nacional, destacando-se como uma das melhores cidades de Minas Gerais no grupo de municípios com menos de 50 mil habitantes. O desempenho de Oliveira é ainda mais impressionante quando se considera seu PIB de R$ 1.105.050.646 e sua receita anual de R$ 198.303.439, com uma receita per capita de R$ 5.051.


A cidade tem um sistema de saúde relativamente bem estruturado, com 2,35 médicos por mil habitantes, o dobro do número encontrado em Itaguara (1,16 médicos por mil habitantes). Esse dado é um reflexo direto da eficiência de Oliveira na alocação de recursos para saúde, uma área em que muitos municípios da região ainda lutam para melhorar. A disponibilidade de profissionais de saúde impacta diretamente o acesso da população aos serviços médicos, reduzindo filas e melhorando o atendimento primário e preventivo.


Carmo do Cajuru: Outro exemplo de eficiência


Logo atrás de Oliveira, Carmo do Cajuru apresenta uma pontuação de 0,635 e está na 139ª posição nacional entre mais de 5 mil municípios avaliados. A cidade do centro-oeste mineiro destaca-se pela sua infraestrutura de saneamento, com 91% dos domicílios conectados à rede de água e 84% à rede de esgoto, além de 97% de cobertura na coleta de lixo. O município também conseguiu atingir 100% de cobertura na atenção básica de saúde, o que reforça sua eficiência na gestão dos recursos públicos, principalmente em áreas prioritárias como saúde e saneamento.


Crucilândia: Fazendo mais com menos


Crucilândia, com uma pontuação de 0,585 e ocupando a 905ª posição no ranking nacional, é um exemplo de um município que consegue fazer mais com menos. Com um PIB de apenas R$ 83.098.295 e uma receita de R$ 36.101.417, a cidade consegue ser mais eficiente que muitos municípios da região, incluindo Itaguara. Crucilândia também tem uma taxa de médicos por mil habitantes (1,74) superior à de Itaguara (1,16), o que reflete uma gestão mais estratégica na alocação de recursos para a saúde pública.


O município é eficiente na coleta de lixo (95%) e apresenta bons índices de saneamento, com 64% de cobertura de esgoto, o que, combinado com sua menor receita, ressalta sua capacidade de administrar com rigor e obter resultados consistentes. Os números de Crucilândia mostram que a eficiência não depende exclusivamente de um grande orçamento, mas de uma gestão eficaz e bem direcionada.


Itaguara: posição mediana


Com uma pontuação de 0,577 e ocupando a 1027ª posição no ranking nacional, Itaguara possui um PIB de R$ 402.464.393 e uma receita anual superior a R$ 60 milhões, mas enfrenta desafios na transformação desses recursos em uma gestão mais eficiente. Embora Itaguara possua uma receita per capita maior do que Crucilândia, os dados da FSP mostram que a gestão crucilandense consegue fazer mais com menos obtendo resultados melhores.


O índice de Itaguara não foi menor por causa do saneamento básico. Com a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), inaugurada em 2016, a cidade obteve, neste quesito, um dos melhores índices da região. No entanto, a falta de uma política mais estratégica para a geração de receitas próprias e o crescimento contínuo do número de servidores públicos (acima da média regional, de acordo com o índice) têm pressionado o orçamento e dificultado a implementação de uma gestão pública mais eficiente, mostra a análise da Folha de São Paulo.


Itaúna e Carmo da Mata: Desafios e Potenciais


Itaúna, com uma pontuação de 0,571, ocupa a 1219ª posição nacional. Embora tenha uma base econômica sólida e um PIB considerável, a cidade enfrenta dificuldades para transformar seu potencial em maior eficiência administrativa.


Já Carmo da Mata, com uma pontuação de 0,599 e a 593ª posição nacional, apresenta um equilíbrio em termos de eficiência, especialmente na gestão de saúde e saneamento. A cidade está muito à frente de Itaguara e Crucilândia.


Itatiaiuçu: desconexão entre Riqueza e qualidade da gestão pública


Com uma pontuação de apenas 0,457, Itatiaiuçu está na 4554ª posição do ranking nacional, um dos piores municípios da região. Apesar de possuir um dos maiores PIBs da região, com R$ 6,934 bilhões, e uma receita per capita de R$ 21.427 (uma das maiores do estado de Minas Gerais), o município não consegue traduzir essa abundância de recursos e receitas em eficiência administrativa. Itatiaiuçu é um exemplo claro de como a disponibilidade de recursos financeiros, por si só, não garante uma boa gestão pública. A cidade precisa de melhorias na área de saúde e em outros serviços básicos para alcançar melhores índices de eficiência, além de se atentar para o tamanho da máquina pública.


Confira o Ranking com as cidades da região em destaque:



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