Olá, leitores e leitoras do Sagarana Notícias, tudo em “brasa”? Dias quentes nesse nosso país tropical, não? E a temperatura promete esquentar ainda mais com as Eleições de 2024. E aí na sua cidade, como andam os bastidores da política?
Cada partido já disponibilizou seu cardápio de candidatos (as) aos respectivos cargos, seja para ocupar cadeiras no Executivo ou no Legislativo Municipal. A dica é ampliar os sentidos para não perder nenhum lance. Olhos, boca, ouvidos, tato e até o paladar devem estar apurados para saborear seu suado e sagrado DIREITO AO VOTO.
E viva a DEMOCRACIA, minha gente! Bom mesmo é trocar informações e se mobilizar, se é que você deseja mudanças, renovação e, sobretudo, garantia de direitos. Há quem diga, em pleno século XXI, que detesta falar de política, e outros ainda replicam a máxima que diz: “Política, futebol e religião não se discute.”
Frases e pensamentos dessa natureza nos inspiram a indagar: quem, ao longo da história, nos ditou tais ideias? Com qual objetivo? Ou melhor, a quem interessa cultivar em você, eleitor, esse desinteresse pela política? Sim, meus caros e minhas caras, vivemos um período da história em que questionar o que foi escrito, o que foi dito e por quem é fundamental para sabermos de onde viemos e para onde estamos indo.
Hoje, aqui, direciono essas “mal traçadas linhas” à minha cidade natal – Itaguara/MG. Faço um pequeno recorte em relação ao pleito deste ano, que já foi noticiado aqui no Sagarana Notícias como algo histórico, uma vez que temos na cidade um número de candidatos (as) jamais visto e contabilizado. São 04 chapas que almejam os cargos de Prefeito e Vice, sem falar que temos mais de 100 personalidades em disputa por uma honrosa vaga de Vereador.
Vereador ou Vereadora? E aqui chego ao ponto que ora me inspirou a escrever. Porque de Eva da Bíblia a Luzia (fóssil humano), passaram-se muitas Marias na beira do rio até que Rebeca Andrade fosse coroada nossa musa das olimpíadas. Então, saltando com Rebeca, vamos cravar com Carmen Lúcia e objetivar essa prosa.
O Tribunal Superior Eleitoral, neste exercício, presidido pela mineira, digníssima Ministra Carmen Lúcia, atenta à Constituição, evoca a Lei nº 9.504/1997, que estimula a participação feminina nas eleições e estabelece regras por meio da cota de gênero para a participação de no mínimo 30% e no máximo 70% no preenchimento das chapas partidárias.
Em Itaguara, temos 09 cadeiras para vereadores. Sendo assim, obedecendo às novas regras das eleições deste ano, cada partido, coligação ou federação tinha até então o direito de lançar 10 candidaturas, totalizando 100%, mais 01, das vagas a serem preenchidas na Câmara Municipal de Itaguara. Logo, quase todos os partidos na cidade lançaram, em média, 10 nomes.
Contabilizei 35 candidaturas femininas, distribuídas em 14 partidos (incluindo coligações e federações), ou seja, um recorde absoluto no que tange à participação das mulheres nas eleições de Itaguara/MG.
Na composição partidária, também se observa a grande participação de mulheres negras ou pardas, atendendo também às deliberações e orientações do Supremo Tribunal Eleitoral. Observação necessária a ser avaliada pelo eleitor, pois o fato representa significativo avanço no que tange às políticas de igualdade racial.
Os perfis das candidatas são os mais variados possíveis, com níveis de escolaridade e formações distintas. As idades também variam, trazendo consigo experiência de vida ou mesmo o dinamismo da juventude. Também vale registrar certa descentralização nessa composição, uma vez que temos candidatas representando comunidades rurais, assim como outras localidades, que não são apenas da região central da cidade. Algumas dessas mulheres já estiveram candidatas em eleições passadas; outras disputam pela primeira vez uma vaga na Câmara.
A pergunta que não quer calar é: em uma sociedade brasileira cujos índices de criminalidade e violência contra o gênero feminino são alarmantes, haverá cumplicidade com o voto nas mulheres? Se há urgência na criação e no cumprimento de leis que tratam desse assunto, não seria o momento de fazer valer o voto? Longe de mim querer fazer aqui algum apelo nesse sentido, defendendo essa ou aquela bandeira, mas não seria racional pensar que, ao se legislar políticas públicas que dizem respeito ao universo feminino, sejam elas coparticipantes ou mesmo autoras e protagonistas na criação das leis?
Convido o leitor e a leitora a lerem também um outro artigo que escrevi nesta coluna, intitulado "O nome dela", onde fiz outras reflexões sobre as Eleições 2024.
No mais, desejo boa sorte, bom trabalho a todas as avós, mães ou mesmo filhas, candidatas a vereadoras no município de Itaguara, bem como em todo o Brasil.
Sigam refletindo, eu sigo divagando.
Comments