* Por Davide Duarte
Diante dos inúmeros acontecimentos considerados desastres principalmente de grande magnitude, temos levantada uma ampla discussão em torno dos impactos, não somente as vidas diretamente afetadas, mas sim a tudo aquilo que, de modo direto ou indireto tem sofrido “prejuízos” com a mudança do seu estado de normalidade, seja pelo não cumprimento dos protocolos de segurança a serem implantados ou seguidos, ou até mesmo pela incapacidade gestora de se analisar , identificar e aplicar metodologias de Gestão do Rico e de Crises por parte tanto do ente Público, quanto Privado.
Veja bem, a caracterização de um desastre está ligada diretamente a um acontecimento capaz de causar dor, sofrimento e grande prejuízo, seja ele, físico, moral material e até mesmo emocional. Desde os incidentes ocorridos em Marina (2005), e em Brumadinho (2019), o debate em terno da forma como temos tratado esses acontecimentos estão intrinsicamente presentes nas rodas de conversa em todo Brasil, levando em consideração que desde o ano 2000, o Brasil tem pelo menos um rompimento de barragem a cada dois anos.
No ano de 2001, em Nova Lima (MG) a Barragem dos Macacos, de rejeito de minérios da mineradora Rio Verde, se rompeu, causando a morte de cinco pessoas no distrito de São Sebastião das Águas Claras, e a pergunta que fica mesmo sendo considerada de menor impacto, quais os protocolos adotados deste então, considerando que tem se tornado crescente os incidentes desde então.
Em 2024, a grande mídia entre outros órgãos divulgou um acordo milionário relativo ao rompimento da Barragem de Fundão e Mariana (MG), dias após tal a homologação de tal acordo somos impactados com informações de que a justiça, seguindo, seus ritos legais, absolveu as empresas e seus responsáveis pelo rompimento da estrutura em Mariana. Tal fato, gerou diversos sentimentos na sociedade e principalmente naqueles que viveram na pele todo esse acontecimento, que vai muito além dos danos ambientais e matérias, diante da perda irreparável de vidas.
Somando toda esse contexto, durante fortes chuvas, nessa semana na capital Belo Horizonte , a represa no Parque Lagoa do Nado se rompeu , afetando o fluxo de transito em uma das principais avenidas da capital mineira além de provocar um significativo dano ambiental, mesmo não sendo uma estrutura de contenção de rejeitos de mineração, nos mostra que é necessário termos um protocolo e um controle significativo para cada tipo de situação , e que a Gestão do Risco também deve estar em debate cotidianamente dentro de todos os órgãos .
Sendo assim, a partir de agora estaremos presentes no Sagarana notícias, pautando diversos temas ligados diretamente a nossa proteção, e a construção não somente de cidades resilientes, mas tratando de todo cuidado que cada um de nós pode ter, consigo e com aqueles ao nosso redor. Afinal o “Risco” está presente em todo lugar, não somente nas barragens e demais estruturaras, e o que você tem feito para ficar sempre seguro?
* Davide Duarte, Servidor Público, Fiscalização e Defesa Civil. Jornalista. Gerente de PAEBM. Gestão de Crises e Desastres . Formação nas áreas de Segurança, SCO-ICS e Emergências.
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