No dia 21 de abril de 2024 foi celebrada em Ouro Preto a tradicional solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência. Entre os homenageados do ano, destaca-se o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sociólogo e autor de inúmeras obras relevantes para o desenvolvimento do Brasil e América Latina.
A honraria foi criada pelo governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitscheck em 1952, inspirada nos ideais revolucionários de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes e demais conjurados.
Na edição de 2024, Bárbara Heliodora, também de importantíssima relevância na Conjuração, teve reconhecimento histórico e seus restos mortais passaram a integrar o Panteão da Inconfidência em Ouro Preto, como símbolo da presença feminina nos movimentos separatistas do Brasil.
“Só, e no mais: sem ti, jamais nunca — Minas, Minas Gerais, inconfidente, brasileira, paulista, emboaba, lírica e sábia, lendária, épica, mágica, diamantina, aurífera, ferrífera, ferrosa, férrica, balneária, hidromineral, jê, puri, acroá, goitacá, goianá, cafeeira, agrária, barroca, luzia, árcade, alpestre, rupestre, campestre, de el-rei, das minas, do ouro das minas, das pretas minas, negreira, mandigueira, moçambiqueira, conga, dos templos, santeira, quaresmeira.”
Minas, cuja economia cresceu 3,1 % em 2023, e o PIB superou 1 trilhão de reais pela primeira vez na história.
Também recebeu justíssima homenagem na celebração da Inconfidência, Ana Clara, viúva do policial militar Sargento Roger Dias da Cunha, morto com um tiro no rosto por criminoso beneficiado pela saída temporária em Belo Horizonte no dia 5 de janeiro deste ano.
Não nos esqueçamos das 272 vítimas fatais e desalojados em razão do rompimento da barragem do Córrego do Feijão em Brumadinho em 2019.
Não nos esqueçamos das 19 vítimas fatais e milhares de desalojados pelo rompimento da Barragem do Fundão em Mariana, em 2015.
Não nos esqueçamos dos alarmantes índices de trabalhadores em condições análogas à de escravos em Minas Gerais.
Não nos esqueçamos dos danos irreparáveis ao meio ambiente.
Disse Cecília Meireles no Romanceiro da Inconfidência:
“Minas da minha esperança, Minas do meu desespero!”
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