O governo Lula 3 tem demonstrado um compromisso importante com a melhoria das condições de vida dos brasileiros. Prova disso é o aumento recorde na renda do trabalho, que alcançou um crescimento de 11,7% em 2023.
O país testemunhou, em 2023, uma expansão econômica relevante - sob a desconfiança inicial do FMI e de analistas internos -, refletida não apenas nos números do PIB
(2,9% de crescimento), mas também na queda do desemprego (a taxa média de desocupação no Brasil fechou o ano de 2023 em 7,8%, a menor desde 2014) e no aumento do poder de compra da população. As políticas implementadas, incluindo o fortalecimento do Bolsa Família (como a criação do “Benefício Primeira Infância”, no valor de R$ 150 por criança de até 6 anos) e o aumento do salário mínimo acima da inflação (aumento de 7%, enquanto a inflação ficou em 3,85% em 203), são testemunhos do compromisso do governo com a inclusão social e a redução da desigualdade.
Para assegurar que esses avanços sejam duradouros e resultem no apoio contínuo da população ao governo, é fundamental que a comunicação governamental seja mais assertiva e que o presidente adote uma postura menos polêmica em suas declarações.
Elio Gaspari, em sua coluna deste sábado (09/03) na Folha de São Paulo, compartilhou uma análise semelhante, reconhecendo que o governo Lula tem mostrado um desempenho positivo. O jornalista destaca que o aumento na rejeição nos últimos meses parece estar ligado à narrativa que cerca algumas questões controversas em que Lula se envolve. Gaspari menciona que, embora haja desafios, não se pode atribuir essas questões ao desempenho econômico ou político do governo (os quais ele, inclusive, elogia). Gaspari observa que o presidente Lula parece ter um interesse particular em questões truncadas, como a Operação Lava Jato, e a situação na Venezuela e na Faixa de Gaza [1]. Apesar de elas não terem quaisquer impactos no desempenho efetivo do governo, tais "cascas de banana" (expressão utilizada pelo próprio Gaspari) têm impacto na avaliação governamental, como demonstram as recentes pesquisas de avaliação (Quaest e Atlas [2] e [3]).
Não é que Lula não deva expressar sua justa indignação com a "carnificina em Gaza" - uma terminologia até mesmo adotada pelo próprio Vaticano em seus comunicados oficiais. O cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, referiu-se a essa situação em 14 de fevereiro, expressando sua veemente reprovação com o que está ocorrendo na região [4]. No entanto, a questão que se coloca é se não haveria uma maneira "menos polêmica" e mais diplomática e moderada para abordar essa questão. Embora não haja uma resposta definitiva para essa pergunta reflexiva e angustiada - que implica em tantas questões de fundo, éticas e humanitárias, sobretudo -, um artigo deve ser o espaço para reflexões sobre possíveis alternativas.
A moderação pode ser o grande diferencial em um país fortemente e irracionalmente polarizado, no qual os “moderados” - aqueles que não se reconhecem como petistas nem bolsonaristas - representam uma parcela significativa da população, alcançando 11.4%, conforme a pesquisa Atlas divulgada na semana passada.
O desafio é grande e complexo, mas há caminhos vislumbráveis: optar pela moderação sem perder a parcela que já respalda o governo. Não é uma receita infalível, mas a tentativa é válida.
Referências
[1] Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/eliogaspari/2024/03/o-lulopetismo-tem-um-problema-lula-30.shtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=twfolha. Acesso em 10/03/2024.
[2] Disponível em: http://blog.quaest.com.br/wp-content/uploads/2024/03/GENIALQUAESTNACIONALFEV24.pdf. Acesso em 10/03/2024.
[3] Disponível em: https://www.atlasintel.org/polls/general-release-polls. Acesso em 10/03/2024.
[4] Disponível em: https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2024-02/tornielli-editorial-parar-carnificina-parolin-30-mil-motos-gaza.html. Acesso em 10/03/2024.
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