Partido, digo, partindo de um dos personagens míticos da consagrada literatura brasileira, pergunto:
Quem foi Maria Deodorina da Fé Bettancourt Marins? Tranquilo não saber a resposta, eu também não o sabia dizer. Mas registro os parabéns a quem respondeu, Diadorim.
Não sou estudioso da obra de Guimarães Rosa, mas a lendária personagem de Grande Sertão Veredas, segue inspirando mulheres pelo mundo.
Personagem complexa, que rendeu e rende teses e em diversas abordagens em relação ao perfil e à atuação de nossa heroína.
Digo inspirando mulheres, pois, o presente texto versa sobre elas. Diadorim "Avatar da Dozela Guerreira, símbolo de uma forte renúncia que podemos afirmar feminista, na negação do feminino para viver na liberdade do além-do-sexo.", me diz Doutor Google. É. Dá pano pra manga!
Mas vamos ficar aqui no imaginário coletivo, no senso comum, da figura de Diadorim ou melhor, Deodorina, o nome dela. Guerreira, forte, destemida que foi a campo, e não temia as pelejas no sertão. Essa introdução, me serve de prólogo para voltarmos os olhos para as Eleições do corrente ano. Eleições Municipais.
Sim, Mulheres na política. Data de 1930, o registro da primeira mulher eleita prefeita, no Brasil – Luiza Alzira Teixeira Soriano, isso no estado de Rio Grande do Norte. Os registros nos contam também que ela foi a primeira mulher eleita prefeita de um município na América Latina. Feito histórico.
Lembrando que as mulheres passaram a ter direito ao voto, no Brasil, no ano de 1932. Foi através de um decreto-lei que tal conquista foi possível, claro, com muita luta, e grande mobilização nacional. Onde nossas Diadorim (s), bravamente venceram tal peleja. Então em 1933, elas foram às urnas pela primeira vez na história deste país.
Mas retomando o mote, das candidaturas femininas para o Pleito de 2024, como andam as articulações aí, no seu município? Como andam as Cotas de Gênero, protocoladas pelo Tribunal Superior Eleitoral? Seja por partido e ou coligações a regra diz de 30%, para a participação das mulheres, tá ligado? Tá ligada? Percebam se isso acontece aí no seu município, fiscalizem.
Curiosidades e desdobramentos, na sua cidade já houve uma mulher Prefeita? Talvez uma vice? E Vereadora, teve ou tem, aí na Câmara da sua cidade?
E quais são as apostas dos partidos, para um início, digamos de carreira política, para as presenças femininas quer seja no Legislativo ou no Executivo? Verdade é que muitas, que têm condições para, não se candidatam. Uma pena. Cidade pequena tem esses poréns, ou são silenciadas ou se silenciam, quando o assunto é política. Política assim oficialmente falando, pois do acordar das madrugadas ao "dormir com as galinhas", tudo é política.
Fato é que o cenário brasileiro, no que tange as candidaturas das mulheres, mudou bastante nas últimas décadas. Elas se fazem presentes com tanta bravura, lucidez e coragem (como a vida pede, né Guimarães?) que hoje, as novas candidatas podem se espelhar, podem se inspirar e traçar suas metas. Graças às novas tecnologias, redes sociais e toda era analógica que disponibiliza os mais vastos conteúdos sobre o tema.
Já ouviu falar de Benedita e Erundina? Figuras já consagradas em âmbito nacional, fizeram e fazem história.
Sim, o destaque aqui é realmente enaltecer o gigantismo de Vereadoras, Deputadas Estaduais, Federais e Senadoras que andam "batendo um bolão", nas diversas plenárias e arenas de debates públicos por onde circulam. Necessárias. Fico admirado com a atuação delas, visto serem minorias, em arenas majoritariamente formadas por homens. E aqui uma triste constatação, somos o país que estatisticamente é campeão em Feminicídios, estupros e demais violações e violências pelas quais elas são vítimas.
Não por menos, a postura das parlamentares, na maioria das vezes, é de cunho humanista. Advogando a favor do povo e das políticas públicas. Como por exemplo, cito, Cida, Macaé, Andréia de Jesus, Lohanna, Samia, Beatriz, Bela, Xakriabá, Jandira, do Rosário, Petrone, Hilton, Salabert, entre tantas outras mulheres que compõem o quadro das parlamentares brasileiras, na atualidade.
Advindas de partidos diversos, têm atuações para todos os gostos. Esquerdistas, Direitistas, Centro, Extrema-direita, conservadoras ou progressistas, elas chegaram. Estão chegando. Elas estão.
Algumas de muita personalidade e dinamismo, outras, ainda tateando no erro e no retrocesso. Sendo essas, papagaio-de-pirata, massa de manobra, laranjas e infelizmente, não abertas a sonoridades.
Bom, fica a dica! Desejo boa sorte e que sejam sempre protagonistas de suas histórias, assim como Diadorin o fez. Por mais representatividade feminina na política. Sigam refletindo eu continuo por aqui, divagando.
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