A Polícia Civil investiga um golpe de seguro de vida em nome de jovem vítima de câncer em Minas. Empresa de Itaguara é alvo de investigação.
De acordo com uma reportagem publicada na última semana pela Rede Itatiaia, a Polícia Civil de Minas Gerais está investigando uma tentativa do golpe do seguro de vida envolvendo funcionários da Prefeitura de Crucilândia.
O caso envolve a jovem Dayana Renata Silva Morais, que morreu há alguns meses, vítima de câncer no cérebro.
Um boletim de ocorrência foi registrado e no documento consta que um seguro, com uma apólice de R$ 110 mil, foi feito menos de uma semana antes de Dayane morrer, em julho de 2022. No entanto, a tentativa de frustrou porque a seguradora desconfiou e enviou um representante até a casa da vítima para confirmar a contratação.
O referido B.O. registra a surpresa do marido da vítima com a visita da seguradora. Ele disse que não sabia do seguro e ficou espantado quando o representante da seguradora informou que a beneficiária seria uma tia de Dayana e mostrou uma foto da contratante, que era na verdade de uma funcionária da Prefeitura de Crucilândia, que não tinha nenhum parentesco ou relação com a família da jovem.
A reportagem da Itatiaia afirma que a suspeita é casada com um motorista da Prefeitura, que transportou a vítima 'várias vezes' durante o tratamento do câncer. O homem também prestaria serviço para a funerária Itapax de Itaguara.
Itapax
A reportagem da Itatiaia destaca que uma parente das vítimas informou que a funerária Itapax Itaguara teria emitido uma nota fiscal no valor de R$ 12 mil em nome da funcionária da Prefeitura de Crucilândia que receberia o seguro de vida.
Conforme o documento, o dinheiro era para o funeral de Dayana, mas o marido já havia pago pouco mais de cinco mil reais para a realização do funeral. "Essa nota citava enterro, aluguel de capela e tinha endereço falso”, destacou a parente na reportagem aludida.
Prefeituras se manifestam
A Itatiaia ressaltou que mesmo após várias tentativas, não conseguiu a versão dos envolvidos.
A Prefeitura Municipal de Crucilândia emitiu uma nota enfatizando que a funcionária não faz parte do ‘quadro de pessoal do município’. Já o marido dela é servidor público municipal efetivo, ocupante do cargo de condutor de veículos, desde o ano de 2014, mas que está afastado neste momento por licença médico.
A prefeitura afirmou ainda que não existe qualquer relação com a funerária Itapax e ressaltou que o velório e o cemitério municipal são gerenciados pela própria administração, sem cobrança de taxas.
Já a prefeitura de Itaguara informou que "a funerária Itapax Itaguara é sediada na cidade e, por isso, emite 'notas fiscais de serviços via sistema on-line" disponibilizado pelo Executivo. "Frisa-se que o município não realizou qualquer pagamento referente a este funeral. O tomador do serviço que é quem contratou, pelo que consta na nota fiscal reside no município, mas não se confunde com a prefeitura, que apenas efetua a cobrança do imposto relativo à prestação de serviços”.
O executivo itaguarense ainda ressaltou que a “Itapax (Itaguara) presta serviços funerários no município com exclusividade em função da Lei Municipal 12/82, não havendo nenhum contrato entre o município e a Itapax”.
O município destacou ainda que não possui qualquer relação contratual com a ex-funcionária da Prefeitura de Crucilândia investigada pela suposta participação na tentativa de golpe.
As investigações seguem e quaisquer novidades informaremos aqui no SN.
* Nossa matéria contou com informações da reportagem da Itatiaia e dos jornalistas Enzo Menezes e Renato Rios Neto.
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