Dia desses, navegando pelas redes sociais, os amantes da poesia tiveram uma grata surpresa. Ouso dizer, um presente de fim de ano. E é falando dessa surpresa que encerro este 2024 nas ondas do Sagarana Notícias.
Falando de poesia e dessa surpresa que já comento, relembro da infância, de minha peregrinação à Biblioteca Pública Municipal de Itaguara. Muito do que sou devo à poesia que li. Para alcançá-la, era necessário esforço físico: subir umas duas dezenas de degraus vermelhos para acessar a biblioteca. Década de 70, 80... Sei que você me encontraria no terceiro andar do prédio, onde hoje funciona a Prefeitura de Itaguara,
Sempre muito bem recebido pela Dona Maria Oleitia, servidora a quem registro meu carinho e agradecimento. Ela, sabendo dos meus gostos, já trazia um Carlos Drummond de Andrade, ou do Olavo Bilac, ou de Cecília Meirelles, entre outras obras relacionadas ao teatro e à arte.
A Biblioteca Pública Guimarães Rosa foi minha casa da poesia na infância. Nome do ilustre morador da cidade, ilustre personalidade mundialmente conhecida, de quem também descendem as inspirações para o título – Sagarana Notícias.
Pois bem, um pequeno relato pessoal para contextualizar a minha surpresa e seguimos... Eis que, explorando as páginas do Instagram, me deparo com Adélia Prado, falando a seus leitores. Não é que a mineira Adélia Prado se rendeu ao alcance das mídias! Deslumbrante como a palavra que diz, transbordando mineiridade e profundidade. Quanta luz se desprende de Adélia.
A poeta, do alto de seus 88 anos e que planeja lançar livro inédito em 2024, feito aparição, estreou na plataforma Instagram @euadeliaprado. Esse é o mais novo endereço da consagrada escritora.
Às vezes, eu esbarro com o Eugênio, filho de Adélia, nos corredores onde trabalho. Havia dito a ele que seguia uma página não oficial que falava sobre os feitos de Adélia. Achei que era ele quem realizava publicações, para minha surpresa, ele mesmo não conhecia a página. (rsrs) Tive que explicar. Na época, a tal página tinha mais de 60 mil seguidores.
Mas agora foi diferente. Adélia surgiu na experimentação desse diálogo através das redes sociais. Um tanto encabulada, sem o traquejo dos influenciadores ou blogueiros, mas impactante. Dona de uma voz que conversa com o Altíssimo, lê a sua poesia.
Seu nome também ganhou destaque nas redes em 2023, através da gafe do então Governador de Minas, o Romeu, que numa entrevista para uma rádio ganhou do entrevistador um livro da lendária poeta, e demonstrando não conhecer a Adélia Prado, profanou: “ela trabalha aqui?”.
O fato é que viver sem poesia é praticamente impossível. E o mesmo vale para viver sem arte. Se você pensa assim, busque-a lá no Instagram e mande seu recadinho para essa mineira que é paixão nacional.
Fico por aqui, abraçando os leitores, agradecendo o espaço neste site.
Sigam refletindo enquanto eu fico divagando.
Um ano próspero e rico em poesia.
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